Trabalhador tem semana decisiva para impedir aprovação da reforma trabalhista
Enquanto a opinião pública, pautada pela grande mídia, está com a atenção toda voltada para a divulgação das delações da Odebrecht, fruto da operação Lava-Jato, o governo federal se apressa para aprovar a reforma trabalhista, que tem nesta semana, um momento decisivo. O presidente Michel Temer, oito de seus ministros, além de parlamentares, inclusive o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), estão entre os citados e investigados por receber propina dos empreiteiros e querem aprovar logo o Projeto de Lei 6.787/2016, que entre outras coisas, torna a “negociação” entre patrão e empregado acima da legislação. O texto poderá ser votado em plenário, já nesta quarta-feira, dia 26 ou, no mais tardar, no dia 2 de maio.
Retirada de direitos
O requerimento de urgência para votar a reforma trabalhista foi aprovado pela Câmara no último dia 19, após ter sido rejeitado um dia antes, numa manobra de Rodrigo Maia que lembrou as arbitrariedades do ex-presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso e acusado de esquemas de corrupção e contas ilegais no exterior.
Se o trabalhador não reagir, pressionando os parlamentares em Brasília, Temer vai aprovar a reforma trabalhista como fez com a terceirização irrestrita. Isto significa colocar a raposa no galinheiro. Afinal de contas, sem a proteção da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), os patrões vão retirar direitos fundamentais, como 13º salário, férias e finais de semana remunerados, verbas rescisórias, jornada de trabalho definida pela convenção coletiva e FGTS. Se o empregado não aceitar as condições impostas pelos patrões na suposta “negociação”, será demitido e a empresa vai contratar um funcionário que aceite as condições sub-humanas impostas pelo empregador. A empresa poderá ainda contratar um trabalhador terceirizado. O resultado é que o Brasil vai ser o país do subemprego.
“Os banqueiros estão entre os principais interessados e lobistas do projeto da reforma trabalhista, assim como fizeram em relação à terceirização. A nossa categoria será diretamente atingida. Precisamos pressionar os parlamentares da base do Rio de Janeiro para que a proposta não seja aprovada e parar o país na greve geral desta sexta-feira, dia 28 de abril”, afirma a presidente do Sindicato Adriana Nalesso.
Fonte: Sindicato dos Bancários.