Política econômica recessiva corta 3 milhões de empregos com carteira assinada no Brasil
Em apenas três anos, cerca de 3 milhões de postos de trabalho, com carteira assinada, deixaram de existir no Brasil, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). É o menor patamar registrado em 5 anos. A matéria com os números assustadores foi publicada na Folha de SP do dia 30 de dezembro de 2017. O jornalista do Blog Tijolaço, Fernando Brito, lembrou que “é como se toda a população do Uruguai tivesse sido demitida e que o país vive o “avanço do atraso”. Quase 10% do número de trabalhadores que tinha emprego de carteira assinada, perderam, além do trabalho, seus direitos e garantias trabalhistas.
Além da crise econômica, os dados revelam que a burguesia brasileira já vinha colocando em prática a reforma trabalhista antes mesmo dela ter sido oficialmente validada, no dia 11 de novembro do ano passado.
Só nos últimos 12 meses, 857 mil brasileiros e brasileiras perderam empregos com carteira. Outros 1,1 milhão foram “trabalhar por conta própria” e 718 mil pessoas foram trabalhar “sem carteira”, ou seja, sem direito algum.
Já o trabalho por conta própria ganhou 1,1 milhão de pessoas na comparação anual. Mas especialistas alertam que isto se deve muito mais ao crescimento do desemprego do que por uma iniciativa empreendedora dos brasileiros.
Juros altos paralisam a produção e privilegiam a especulação
Os números confirmam que o Brasil não suporta mais este modelo econômico que privilegia especuladores e banqueiros, impede investimentos no setor produtivo e sacrifica ainda mais o povo brasileiro. A cada cinco anos, o governo brasileiro chega a pagar aos bancos de juros da dívida, cerca de R$1 trilhão. Os juros altos paralisam a economia do país. Afinal, quem vai investir no setor produtivo, indústria, agricultura e serviços se a especulação financeira rende mais?
Você paga a conta
Mas quem paga a conta para garantir tanto lucro aos banqueiros e especuladores é o trabalhador. Em vez de cobrar a dívidas das grandes empresas com o INSS, por exemplo, que é mais de R$426 bilhões, Temer cortou direitos com a reforma trabalhista e quer praticamente impedir que os brasileiros consigam se aposentar. Ao mesmo tempo, o governo anistiou o Itaú em R$25 bilhões da dívida de Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) e perdoou R$228 milhões do calote do banco espanhol Santander.
As benesses do governo para os ricos no Brasil, não param por aí: Segundo o Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional, a sonegação dos ricos rouba cerca de R$200 bilhões dos cofres públicos. O rombo e a crise do país não estão na Previdência e muito menos em direitos e garantias do trabalhador, mas na sonegação, nos juros absurdamente altos e num modelo econômico criado para garantir mais dinheiro para o grande capital, nacional e estrangeiro. Ninguém aguenta mais.
fonte: sb RJ