Bancos cortam 17,9 mil postos de trabalho em 2017
O setor financeiro continua sendo um dos que mais demite trabalhadores, mesmo sendo o mais lucrativo do país. Os bancos cortaram 17.905 vagas no ano passado. Por trás dos números uma velha prática dos banqueiros: demitir quem ganha mais e contratar novos empregados para pagar menos. Os bancários dispensados ganhavam em média R$ 7.456. Já a média salarial dos contratados foi de R$ 4.139, o que representa apenas 56% da remuneração dos desligados. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), compilados pelo Ministério do Trabalho.
Lucro nas alturas
Os cinco maiores bancos que atuam no sistema financeiro nacional (Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Santander), que empregam 90% da categoria, lucraram R$ 54 bilhões apenas nos nove primeiros meses de 2017, crescimento de 20,4% em relação ao mesmo período de 2016. Os dados do quarto trimestre ainda não foram divulgados.
“Apenas com o que cobram de tarifas dos clientes, os bancos conseguem pagar todas as suas folhas salariais e ainda sobram cerca de R$ 20,5 bilhões”, explica a presidenta do Sindicato do Rio, Adriana Nalesso. A sindicalista destaca ainda que este ano será muito difícil para todos os trabalhadores e diz que não existe fórmula mágica para superar as adversidades.
“Mais do que nunca é preciso unidade e participação de todos os trabalhadores e este é também o caminho para a nossa campanha nacional. Fica claro que defender o emprego e garantir os direitos serão prioridades. Este será um ano decisivo para expressarmos que país nós queremos. A conjuntura continua muito difícil, mas está em nossas mãos mudar este Congresso Nacional e eleger candidatos comprometidos com a classe trabalhadora”, disse.
Centros de realocação
A Campanha Nacional de 2016 conquistou os centros de realocação e requalificação profissional, que devem ser criados banco a banco, para garantir os empregos dos trabalhadores, principalmente os afetados pela adoção de novas tecnologias. A cláusula que determina a criação desses centros foi assinada pelo Comando Nacional dos Bancários e pela Fenaban em setembro do ano passado. Agora, é preciso cobrar de cada banco, na prática, a criação destes centros de realocação e requalificação e garantir os empregos.
fonte: Sind. Bancarios RJ