Caixa não abre mão de punir quem não atingir metas
A determinação da Caixa Econômica Federal (CEF) de incorporar práticas de mercado já utilizadas pelos bancos privados estabelecendo punições a quem não atingir metas individuais ficou patente na primeira rodada das negociações específicas, quinta-feira (27), em Brasília. A empresa se recusou a aceitar a reivindicação do movimento sindical bancário de suspender o programa Gestão de Desempenho de Pessoas (GDP), comunicando que a intenção é de não só manter o programa de metas como ampliá-lo. A rodada foi sobre saúde do trabalhador e segurança.
Para o diretor da Fetraf-CUT e membro da Comissão Executiva dos Empregados (CEE), Ricardo Maggi, a Caixa, por ser uma empresa pública, não pode abandonar o seu caráter social, estabelecendo um programa como este que estimula o assédio moral e a competição entre os empregados, criando sérios conflitos no ambiente de trabalho e estabelecendo punições como a perda da função e a classificação de ‘incipientes’ aos que não atingirem os objetivos estabelecidos. Para o dirigente, estas práticas perversas afrontam princípios coletivos de relação de trabalho. “Se faz urgente a mobilização do funcionalismo da empresa para impedir que este programa seja mantido e ampliado”, afirmou. Defendeu que esta mobilização seja nacional, tendo à frente a Contraf-CUT, a CEE, federações e sindicatos.
Insistir na reivindicação
Genésio Cardoso, também integrante da CEE, frisa que a negociação sobre o assunto não acabou. “Entendemos que para avançar nas questões relacionadas à saúde do trabalhador, é preciso dizer não a este programa que institucionaliza a cobrança de metas individuais, as principais causas de adoecimento nas unidades”, frisou. A negociação específica da Caixa, ocorre ao mesmo tempo que a mesa unificada com a Fenaban. Além do fim da GDP, os sindicalistas reivindicam que o banco concorde com o artigo 71 da minuta geral da Campanha Nacional 2015, pela qual os bancos deverão garantir a participação de todos os empregados na estipulação de metas de caráter coletivo. Outro ponto reforçado, foi o combate ao assédio moral e sexual. Os representantes dos empregados cobraram da Caixa celeridade na apuração das denúncias. A empresa alegou que tem procurado cumprir o prazo de 45 dias estabelecido na cláusula 56 da CCT.
Segurança bancária
Esteve em pauta também o tema segurança bancária. No entender dos sindicalistas, as medidas apresentadas por um representante da Gerência Nacional de Segurança Física (GESFI), entre elas a compra de equipamentos, campanhas de orientação dos empregados, medidas de gerenciamento de crise, entre outras priorizam a preservação do patrimônio. Deixaram claro na negociação que é preciso ter um programa que garanta a proteção dos bancários e bancárias. Dentre os pontos reivindicados pela CEE/Caixa, estão a instalação de biombos que impeçam a visualização das operações efetuadas nos caixas pelo público, sem impedir a visão dos empregados e adequando a posição dos vigilantes. Outra reivindicação diz respeito à garantia de vigilantes em todas as unidades do banco. A CEE/Caixa denunciou casos de prédios que estão sem o serviço, por conta da não renovação de contratos com a prestadora de serviço. Os representantes da empresa confirmaram que a medida foi adotada para reduzir custos. Para os representantes dos trabalhadores, esse posicionamento é inadmissível. A próxima reunião da negociação específica da Campanha Nacional 2015 com a Caixa está agendada para o dia 4 de setembro, com a continuidade dos debates sobre saúde do trabalhador, Saúde Caixa, Funcef e aposentados.
Fonte: Bancários Rio