CRISTO REDENTOR ILUMINADO DE VERDE LEMBRA VÍTIMAS DE ACIDENTES DE TRABALHO
Cartão postal mais famoso do Brasil, o Cristo Redentor se iluminou na noite de quinta-feira (26/4) com a cor-símbolo da campanha Abril Verde, movimento criado para lembrar as vítimas de acidentes e doenças do trabalho. Realizada pelo segundo ano consecutivo, a ação marcou também uma data importante, o Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho, celebrado no próximo sábado, 28 de abril. A iniciativa de colorir o ponto turístico de verde foi fruto de uma parceria entre o Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (TRT/RJ) e o Ministério Público do Trabalho no Rio de Janeiro (MPT-RJ), com apoio da Arquidiocese do Rio de Janeiro.
A desembargadora Rosana Salim Villela Travesedo, vice-presidente do TRT/RJ no exercício da Presidência, lembrou as vítimas fatais de acidentes. A magistrada destacou que o trabalho deve ser valorizado e respeitado, pois é fonte de dignidade do ser humano. “Viemos pedir a Deus muita força para conseguirmos santificar nosso trabalho e exercê-lo da melhor forma possível, para conseguirmos meios e modos de ajudar os trabalhadores de nosso país. Nosso Tribunal, em parceria com o Ministério Público do Trabalho, está empenhado em atuar de forma enérgica para que possamos ter voz e vez na defesa dos direitos dos trabalhadores”, declarou.
O procurador-chefe do MPT/RJ, Fabio Goulart Villela, falou da importância do ato e do esforço para reduzir o número de acidentes do trabalho que ainda ocorrem em todo o país. “Também gostaria de marcar a atuação sempre vigilante do MPT/RJ no enfrentamento de problemas como o trabalho análogo ao de escravo, o trabalho infantil, o assédio moral e o assédio sexual.”, afirmou.
O cônego Manoel de Oliveira Manangão, vigário do Santuário Cristo Redentor, ressaltou a importância de levar em conta a realidade do ser humano que existe por trás de cada trabalhador. “Pelas estatísticas, verificou-se que o maior índice de acidentes na construção civil se dava entre 11h e 13h, porque os trabalhadores saíam de casa mal alimentados e tinham que pegar pesado no trabalho. O descuido e a desconsideração pela vida humana levam até hoje a muitos acidentes”, lembrou.
Em paralelo à iluminação do monumento, foi promovido um ato litúrgico no Santuário Cristo Redentor, no qual os presentes se reuniram em círculo, deram as mãos e oraram um Pai Nosso em memória das vítimas de acidentes e doenças do trabalho.
A ação também contou com a presença do procurador-chefe substituto do MPT/RJ, João Batista Berthier, das procuradoras do Trabalho Juliane Mombelli e Cynthia Maria Simões, além de outras autoridades e servidores.
SOBRE A DATA
O Abril Verde faz alusão ao dia 7 de abril, em que se comemora o Dia Mundial da Saúde, e 28 de abril, data em que, no ano de 1969, uma explosão em Farmington, no estado da Virgínia, nos Estados Unidos, deixou 78 mineiros mortos. Em 2003, em memória às vítimas, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) adotou essa data como o Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho. No Brasil, desde maio de 2005, o dia 28 de abril foi instituído como o Dia Nacional em Memória às Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho, por meio da Lei nº 11.121/05.
ESTATÍSTICAS
Em 2015 foram registrados no Brasil 612.632 acidentes de trabalho, segundo dados do Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho, organizado pelo Ministério da Previdência Social e o Ministério do Trabalho e Emprego (números mais recentes). Só no estado do Rio de Janeiro foram 46.796 casos, no mesmo ano.
Já segundo o Ministério Público do Trabalho, o Brasil ocupa o quarto lugar no ranking mundial de acidentes de trabalho, com um acidente a cada 48 segundos e um trabalhador morto a cada 3h38, pela falta de uma cultura de prevenção.
Além da perda de vidas, incapacitações e danos à integridade física dos trabalhadores, irrecuperáveis, os prejuízos decorrentes de acidentes e doenças do trabalho são estimados pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) em 4% do PIB, o que ultrapassa o valor de R$ 200 bilhões de reais por ano somente no Brasil. A maioria dos casos poderiam ser evitados com medidas simples de proteção.
Fonte: TRT RJ