Funcionários do Bradesco adoecem com assédio e metas cada vez mais desumanas
Fechamento de agências e demissões em massa sobrecarregam bancários. Sindicato não descarta possibilidade de paralisações contra os abusos.
A situação no Bradesco tornou-se insuportável. Com o fechamento de 1.088 agências em todo o país e a demissão de pelo menos 8.547 trabalhadores, os bancários que continuam nas demais unidades e os que foram realocados estão sofrendo com pesado assédio moral e a pressão por metas cada vez mais desumanas. No Rio, o Sindicato tem recebido seguidas denúncias.
“Como se não bastasse a crueldade de demitir milhares de trabalhadores, lançando famílias inteiras à própria sorte, os funcionários que permaneceram estão tendo que absorver as metas de todos os empregados que foram dispensados, gerando uma sobrecarga de trabalho e uma pressão como nunca houve no banco. Se o Bradesco não cessar com estes abusos e exploração vamos avaliar a possibilidade de paralisações nas unidades onde estamos recebendo as denúncias”, disse o diretor do Sindicato, representante da COE (Comissão de Organização dos Empregados).
Bancários doentes
A pressão por metas está adoecendo ainda mais os bancários. O diretor do Sindicato, Geraldo Ferraz, também criticou a postura desumana do banco.
“Os gestores estão usando de ameaças e de assédio moral para atingir a metas absurdas. O banco está adoecendo seus funcionários e nós não vamos tolerar esta violência psicológica contra a categoria”. Vamos dar uma resposta dura se o segundo banco mais lucrativo do país não der um basta nestas práticas”, ressalta. O sindicalista lembra que o lucro do Bradesco foi de R$26,2 bilhões em 2021, em plena crise da pandemia da Covid-19, período em que quebrou indústrias e estabelecimentos comerciais.
“Esta é a contrapartida que o banco dá aos seus funcionários, que trabalham duro para garantir alguns dos maiores lucros entre todos os setores da economia brasileira, com demissão, assédio e pressão?”, questiona Geraldo.
Retorno das grávidas
Em reunião na sexta-feira (18), a COE considerou um avanço o documento publicado pelo banco sobre o retorno das funcionárias grávidas ao trabalho presencial, que será feito de forma voluntária.
“Vamos acompanhar todo este processo para impedir qualquer tipo de constrangimento ou pressão para que as grávidas possam retornar apenas se desejarem”, disse Leuver. O retorno voluntário está condicionado também ao ciclo vacinal completo.
Protocolos
Na reunião, os sindicalistas trataram também do uso de máscara dentro das agências. O banco anunciou que continua a ser obrigatório o uso nas unidades de todos o Brasil. Quanto aos clientes, somente nos municípios onde o equipamento foi liberado por decisão do poder municipal é que a população está liberada da obrigatoriedade nas agências. O Sindicato e a Contraf-CUT são contra a decisão da flexibilização dos protocolos de prevenção à Covid19 e defendem o uso da máscara em locais fechados.
“Em todos os países onde as medidas de prevenção foram relaxadas, houve uma nova onda de variantes do novo coronavírus. É preciso estar atento, pois ainda não derrotamos esta pandemia”, alerta Geraldo.
Fonte: Sin. dos Bancários Rj