Negociação específica da Caixa começa por condições de trabalho e apuração de casos de assédio sexual
Aconteceu nesta quinta-feira (14/7) a primeira rodada de negociação da minuta do acordo específico a ser assinado entre os empregados e a diretoria da Caixa Econômica Federal. Neste encontro foi definido um calendário de negociações por tema, a começar pelas reivindicações relativas a condições de trabalho, cujos debates começaram de imediato.
O assunto continuará a ser tratado no próximo dia 20. Antes de iniciar a reunião, os participantes registraram o sentimento de perda e tristeza pelo falecimento do amigo e colega da Caixa Jorge Furlan, que fazia parte da Comissão.
Nesta rodada, como parte das condições de trabalho, os representantes da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) cobraram medidas de combate e apuração rigorosa dos casos de assédio sexual e moral. O assunto ganhou relevância ainda maior a partir das denúncias de assédio sexual cometido pelo ex-presidente do banco, Pedro Guimarães, e pelo vice-presidente da área de Negócios no Atacado da Caixa, Celso Leonardo Derzie de Jesus Barbosa contra funcionárias. O caso está sob investigação do Ministério Público Federal e levou à demissão de ambos.
Apuração rigorosa
“O banco apresentou como primeira medida a abertura de um canal de denúncias de assédio, o Diálogo Seguro da Caixa. Cobramos a participação do movimento sindical bancário no acompanhamento das investigações das denúncias e responsabilização dos assediadores, com acesso a todas as informações e preservação e apoio integral aos assediados”, explicou Sérgio Amorim, integrante da CEE e diretor do Sindicato.
Clotário Cardoso, coordenador da CEE, cobrou esclarecimentos do banco sobre as graves denúncias de assédio sexual e moral praticados por Pedro Guimarães enquanto ainda estava no cargo. “A situação é gravíssima. Obviamente respeitamos o direito de defesa de todas as pessoas, mas queremos apuração rigorosa dos casos não só de Pedro Guimarães, mas de outros dirigentes do banco que também foram acusados”, enfatizou.
Segundo Cardoso, embora reconheça a iniciativa do banco, a Comissão vai estudar a fundo o funcionamento do canal. “Precisamos de garantias de que é um canal seguro, onde as mulheres serão realmente acolhidas e respeitadas. É fundamental que as entidades tenham acesso e acompanhem as denúncias feitas no canal. Também precisamos fomentar a cultura da denúncia, de modo que os trabalhadores e trabalhadoras não sejam desestimulados a denunciar”, destacou. “Estamos num bom caminho das negociações. Este modelo será estudado, aperfeiçoado e vamos negociar para que seja incluído nas cláusulas do acordo coletivo”, disse o coordenador.
Fonte: Sind. do bancarios RJ