O que é o trabalho autônomo?
Trabalho autônomo é toda atividade exercida por profissionais de forma liberal, prestando serviços para empresas ou pessoas por um tempo específico, sem vínculo empregatício. Eles são favorecidos por questões tributárias e pela facilidade de conseguir trabalhos no mercado digital.
O profissional autônomo é caracterizado por não possuir vínculo empregatício com nenhuma empresa. Dessa forma, ele possui total autonomia financeira e profissional, não assumindo o papel de um funcionário efetivo. Pode exercer, inclusive, atividades em casa.
Ainda que se considere que a prestação de serviços de profissionais autônomos seja eventual, ela pode tornar-se habitual conforme a maneira como ele exerce sua atividade.
Os fundamentos relacionados ao profissional autônomo, são:
- 1.Liberdade de organização e execução do próprio trabalho, podendo contar com a ajuda de auxiliares e mesmo substitutos;
- 2. Liberdade de disposição do resultado do próprio trabalho, ou seja, ele não aliena a sua atividade, mas pode alienar o resultado dela dependendo do que foi combinado entre as partes;
Isso é diferente do que acontece com o profissional subordinado, que aliena a força de trabalho, sem assumir os riscos, mas se pondo sob o poder da direção empresarial, principalmente no que se refere à disciplina.
Autonomia do prestador da obra no duplo sentido, ou seja, seu trabalho é resultado da manifestação de uma determinada habilidade.
Além disso, ele assume e sofre os riscos daquilo que faz.
Para todos os efeitos, o profissional autônomo não está comprometido com um dever de obediência, não recebendo ordens da pessoa que se beneficia com seu trabalho (ela somente orienta como esse trabalho deve ser feito).
Quais características é necessário ter para ser um prestador de serviços autônomo?
Para você que é PJ ou autônomo, essas habilidades precisam ser construídas em si mesmo para que o relacionamento com clientes, parceiros e equipe (caso tenha – mesmo que em pequena quantidade) seja eficaz e assertivo como um diferencial de negócio.
1. Vontade de ajudar
O instinto de resolver problemas e causar impactos positivos é uma característica/habilidade que proporciona diversos benefícios. A prontidão e a disposição estão, literalmente, ligadas à essa competência, além de favorecer a empresa oferecendo um apoio completo, essa soft skill faz com que o cliente se sinta atendido e valorizado.
2. Empatia
Treinar a empatia por meio da repetição de frases que fazem com que a pessoa com quem você estiver falando se sinta compreendida, como: “eu entendo que isso pode ser frustrante” ou “existe algo que eu possa fazer para te ajudar?” são passos essenciais para essa soft skill.
Apesar disso, essas estruturas só conseguem cumprir seus propósitos quando são usadas de forma bastante natural e espontânea, ou seja, de maneira que não fiquem engessadas no discurso, que o atendimento precisa ser empático por obrigação. Mas, mesmo assim, a empatia é muito mais do que frases de efeito: é o desejo de realmente entender de onde vem a dor do cliente e o que eles precisam. Aprender sobre o nicho dele e estudar um pouco sobre seus desafios é uma boa forma de se conectar, de fato, a ele e, então, ajudá-lo quando precisar.
3. Comunicação
Escutar atenciosamente, explicar com clareza algum tópico e tratar as pessoas com cuidado são fundamentais para que uma empresa se mantenha em pé. Saber articular bem uma conversa, ter boa dicção e um bom tom de voz são características dessa habilidade.
É necessário prestar um bom suporte com um tom de voz adequado, com uma gramática correta, sempre com clareza e coerência no discurso.
4. Inteligência emocional
Na empatia, se tem sensibilidade com as emoções do outro; na inteligência emocional, se tem conhecimento sobre os seus próprios sentimentos. Ler os sinais que o cliente está dando e compreender que, às vezes, o problema pode ser mais profundo é uma habilidade que está bastante em alta quando se fala de soft skills. Além disso, com ela, é possível que todas as outras competências socioemocionais consigam atingir sua capacidade total. Saber lidar e balizar a racionalidade e a emoção nas situações do dia a dia é essencial para ter bons relacionamentos.
5. Resolução de problemas
Os melhores solucionadores de problemas são aqueles que se antecipam ao ver que algo pode vir a acontecer e que têm autoconfiança suficiente para descobrir uma solução. Portanto, na resolução de problemas, a atitude de proatividade é muito eficaz. Não é preciso saber a resposta para tudo, mas é positivo ter vontade de resolver e, assim, chegar a uma conclusão.
6. Gerenciamento de stress
Lidar com pessoas e clientes diariamente profissionalmente, mesmo que eles sejam legais e cordiais, é estressante por natureza, afinal, mesmo sendo comunicativo e extrovertido, é normal o estresse chegar no final do dia e estar sem muita energia. A habilidade de gerenciar esse stress e não descontar nos outros é importantíssima para qualquer negócio.
7. Criatividade
A criatividade é uma arma extremamente poderosa para lidar com situações novas e imprevistos. O profissional que a detém geralmente encontra soluções com mais rapidez e eficiência, abrindo seus próprios caminhos e criando uma rotina de trabalho personalizada.
8. Gerenciamento do tempo
A administração do tempo é um fator vital para o bem-estar nos âmbitos pessoal e profissional. Diante de um cotidiano cada vez mais agitado e do acúmulo de obrigações e atividades, as pessoas frequentemente se veem sobrecarregadas e estressadas, sem saber o que fazer para dar conta de tantos compromissos.
Nesse cenário, indivíduos capazes de gerir melhor o próprio tempo e organizar os afazeres a partir de prioridades levam enorme vantagem sobre os demais, já que costumam render mais no trabalho e ainda possuem uma melhor qualidade de vida.
Qual a diferença entre profissional autônomo, profissional liberal e MEI?
É possível que muitas pessoas sintam dúvidas sobre algumas categorias de profissionais.
Autônomo
- Não tem vínculo empregatício (não possui carteira assinada);
- Pode ser pessoa física ou jurídica;
- Não é obrigatório que apresente certificações/habilitações;
- Pode prestar serviços a pessoas físicas ou jurídicas diversas;
- Responde por seus próprios erros;
- Não está subordinado a uma cadeia hierárquica;
- Possui maior flexibilidade de horários;
- Deve pagar determinados tributos.
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Profissional liberal
Quando se fala em profissionais liberais, lembramos logo dos médicos, advogados, engenheiros, arquitetos, dentistas, professores, veterinários, agrônomos e outros.
Sim, esses são os profissionais liberais, que exercem atividades em negócio próprio ou de terceiros. Ao contrário do autônomo, o profissional liberal pode ter vínculos empregatícios com uma ou mais de uma empresa, ou seja, pode ter carteira assinada e usufruir os benefícios que ela proporciona, mas deve se responsabilizar por seus próprios erros.
Eles são representados através de conselhos e/ou sindicatos (OAB, CRM, CAU, CREA e assim por diante).
Os profissionais liberais devem pagar tributos para que exerçam legalmente suas atividades. Esses impostos são taxados, em sua maior parte, sobre os serviços que prestam. Nesse ponto, eles são parecidos com os autônomos, pagando IRPF/IRPF, ISS, PIS, INSS.
Caso eles tenham registro nos conselhos/sindicatos, também devem pagar taxas relacionadas à manutenção das entidades.
MEI
O microempreendedor só pode ser uma pessoa jurídica, isto é, uma empresa.
- Deve ter um máximo de nove funcionários (comércio e serviços) ou de 19 funcionários (indústria e construção civil);
- A renda do microempreendedor deve se limitar a R$ 240.000,00 anuais;
- Quanto à tributação, ele deve pagar IRPJ, ICMS, COFINS, PIS, CSLL, IPI, etc;
- São impostos relacionados às suas atividades, à declaração de sua renda e aos compromissos com a previdência (sua e dos funcionários);
- Ele pode pagar boa parte desses tributos de forma simplificada optando pelo Simples Nacional.
Espécies de trabalhadores autônomos
Há duas espécies de trabalhadores autônomos:
- Prestadores de serviços de profissões não regulamentadas, por exemplo: encanador, digitador, pintor, faxineiro, pedreiro, jornalista e outros assemelhados;
- Prestadores de serviços de profissões regulamentadas, por exemplo: advogado, medica, contabilista, engenheiro, nutricionista, psicólogo e outros registrados nos seus respectivos conselhos regionais de fiscalização profissional.
Tipos de trabalho autônomo
Existem alguns trabalhos mais conhecidos no mercado que atuam como autônomos, por exemplo:
- Professor particular
- Babá
- Vendedor de doces
- Cuidador de pets
- Nômade Digital
- Manutenção de computadores
- Consultor
- Organizador de festa
- Eletricista
- Faxina
- Escritor de convites
Coaching pessoal
- Coach de relacionamentos;
- Coach de inteligência emocional;
- Coach financeiro;
- Coach espiritual;
- Coach de emagrecimento;
- Coach esportivo.
Coaching profissional
- Coach corporativo;
- Coach de performance;
- Coach de carreira;
- Coach de equipes;
- Coach de liderança;
- Coach de vendas.
Vantagens de ser um profissional autônomo
Uma das vantagens é a possibilidade de definir seu próprio horário de atividades. Não precisa seguir um modelo fixo definido por uma empresa ou patrão, com horário fixo para entrada e saída. Sendo assim, é possível conciliar melhor as atividades profissionais com outras necessárias no dia a dia.
Outro ponto a favor é não tem que prestar obediência a uma figura superior, seguir uma hierarquia necessária em empresas (como forma de garantir melhor organização e controle sobre as coisas). Afinal, a ideia de subordinação, hierarquia, patrão, receber ordens não é bem aceita por muitas pessoas.
Entretanto, é preciso lembrar que o profissional autônomo não poderá ser alguém indisciplinado e irresponsável, pois assim jamais conseguirá trabalho.
Há maior flexibilidade sim quanto a horários, nível de disciplina e outras coisas, mas sempre será necessário manter controle e procurar organizar-se o melhor possível.
Em geral, os autônomos não precisam apresentar algum certificado sobre suas habilidades, mas isso não quer dizer que não precisam estar preparados para suas atividades.
É bom lembrar que, sendo um prestador de serviços, o profissional autônomo talvez precise preencher certos requisitos para fazer serviços em uma determinada empresa.
Outra vantagem é a carga tributária menos pesada.
Desvantagens de ser um profissional autônomo
O fato de não assumir vínculo empregatício, por outro lado, não permite certos privilégios trabalhistas, como carteira assinada e os benefícios que ela permite: 13º salário, férias, FGTS, folga semanal remunerada, horas extras e assim por diante.
Sendo autônomo, é preciso pagar o INSS para garantir a aposentadoria. Aqui entra uma vantagem: o valor a pagar é menor, correspondendo a 11% do salário mínimo.
Muitos benefícios que um empregado pode usufruir dentro de uma empresa (seja pública ou privada) não são concedidos ao autônomo, como vale-transporte, plano de saúde, vale-refeição, diária, gratificações, estabilidade (cargos públicos) e outros. Existe a diferença entre ser CLT e PJ, você pode analisar qual é mais vantajoso para suas atividades.
O autônomo, em geral, não possui uma renda definida, o que pode prejudicar o controle do orçamento e a programação para o futuro.
O fato de ele responder por seus próprios erros poderá ser ou não vantajoso, dependendo da ocasião, é preciso ficar alerta em todos esses tópicos.
Vale a pena se tornar pessoa jurídica (PJ) como profissional autônomo?
Ser prestador de serviços de forma autônoma ou abrir uma empresa se tornando pessoa jurídica vai depender muito da atividade que você exerce e do seu rendimento mensal.
1. Inscrição Municipal e ISS
Para regularizar a sua situação, o empreendedor autônomo precisa realizar uma inscrição na Prefeitura e recolher o Imposto Sobre Serviços (ISS).
Em alguns municípios, os autônomos que exercem atividades como médicos, veterinários, cabeleireiros e outros têm direito à isenção do ISS, de acordo com as regras estabelecidas pela prefeitura referentes à sua ocupação.
2. Recolhimento do Imposto de Renda
Os prestadores de serviços autônomos devem recolher mensalmente o Imposto de Renda. O valor do IR segue a tabela progressiva de acordo com a renda, variando de 15% a 27,5%.
A empresa que contrata os serviços de um profissional autônomo é responsável por recolher o IR e fornecer um informe de rendimentos no início do ano possibilitando o preenchimento da Declaração de Ajuste Anual por parte do trabalhador.
Essa é com certeza uma desvantagem, já que a empresa contratante tem que pagar 20% de INSS sobre o rendimento pago ao profissional – o que pode fazer com que as empresas prefiram contratar alguém com CNPJ.
No entanto, quando o autônomo fornece seus serviços a pessoas físicas, é dele a responsabilidade de recolher o Imposto de Renda. O recolhimento é feito por meio do lançamento mensal dos ganhos no programa Carnê-Leão.
O valor é referente aos rendimentos obtidos como PF depois de descontada a contribuição para o INSS e as deduções cabíveis. A Receita Federal calcula o IR e emite a guia para o recolhimento (DARF) que pode ser pago em qualquer instituição bancária.
3. Contribuição para o INSS
Os profissionais que trabalham como PF têm o direito de se inscrever na Previdência Social e contribuir para o INSS para garantir benefícios como aposentadoria, auxílio-doença, salário-maternidade e etc.
O valor da contribuição deve ser de 11% sobre o salário mínimo e de 20% quando se tratar de uma quantia maior. O carnê para o recolhimento do imposto pode ser obtido no site da Receita Federal.
4. Livro-caixa
Uma vantagem de atuar como autônomo é o fato de que é possível deduzir dos ganhos os gastos com despesas relativas à ocupação profissional – como as contas de aluguel, energia elétrica, telefone, água e outras. Além disso, quem trabalha em casa pode deduzir um quinto das suas despesas residenciais no imposto de renda.
Mantendo os comprovantes, esses custos podem ser deduzidos no livro-caixa mensalmente e lançados do Carnê-Leão (para quem presta serviços para PF) ou na hora de preencher a Declaração de Ajuste Anual (para quem recebe apenas de PJ).
5. Faturamento do profissional autônomo
Normalmente, se o rendimento mensal do profissional for maior do que R$ 5 mil é mais vantajoso atuar como pessoa jurídica.
O recolhimento de impostos funciona de modo diferente para quem abre um negócio, tem CNPJ e emite notas fiscais. A tributação nesse caso é menor e varia de 8% a 15%.
Se a sua atividade for compatível com o Microempreendedor Individual (MEI) e o faturamento for de até R$ 60 mil por ano, essa pode ser uma ótima opção para ter um CNPJ.
O MEI é isento de tributos federais e paga um valor fixo mensal de acordo com a ocupação. Além disso, ele tem acesso aos benefícios do INSS.
Contudo, além do limite de faturamento anual, não é qualquer atividade que se enquadra como MEI. Por isso, para escolher a forma correta de formalização é preciso, além de considerar a atividade e o faturamento, também verificar de que modo o negócio está regularizado e qual é o aspecto societário referente ao exercício profissional em questão.
No momento em que vivemos, passar credibilidade e segurança são pontos-chaves para que empresas e pessoas contratem os seus serviços.
Como se tornar um trabalhador autônomo?
O início é desafiador, as rotinas podem ser instáveis e é preciso se organizar fazendo uma boa gestão de si para que tenha sucesso.
1. Comece trabalhando sua marca pessoal
Explique online ou através dos contatos que tem o que você faz, como funciona e a sua entrega. Você mesmo precisa fazer o seu marketing.
2. Crie um plano de ação
Crie um objetivo e metas para conquistar. Faça um plano que seja realizável e acessível, pense em:
- Quanto devo cobrar?
- Onde eu melhor encontro meus clientes?
- Quão difícil é fechar um negócio?
- Devo modelar meus campos ou criar novos a cada vez?
3. Pesquise e esteja de olho nas tendências
Veja nas redes sociais ou sites profissionais que fazem o mesmo serviço que você e como estão se comunicando com seus clientes.
4. Crie sua reputação
Busque sempre entender as demandas solicitadas e entregar tudo ou até mais do que estava combinado, para que você crie um elo e o cliente te indique para mais pessoas.
Cenário do trabalhador autônomo no Brasil e no mundo.
Um levantamento da Global Entrepreneurship Monitor (GEM) mostra que, em 2019, o país atingiu o número de 52 milhões de brasileiros que possuem negócio próprio.
Deste total, 9,031 milhões são microempreendedores individuais (MEIs), segundo pesquisa do Sebrae.
De acordo com o estudo, em 2019, o número de MEIs no Brasil aumentou 16,7% em relação a 2018. Com isso, as micro e pequenas empresas espalhadas pelo país já representam 27% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional.
O crescimento do número de MEIs no país apontado pelo Sebrae mostra que, entre as dez atividades mais registradas no Brasil em 2019, as primeiras estão relacionadas à aparência.
O comércio de artigo de vestuário e acessórios encabeça a lista, com 186.203 aberturas em 2019, seguido pelo trabalho de cabeleireiro, manicure e pedicure, que ganhou 142.006 MEIs no último ano.
Entre as demais atividades estão a promoção de vendas, com 124.806 registros; obras de alvenaria, com 104.341 novos negócios, e o comércio de cosméticos, produtos de higiene e perfumaria, responsável por outras 98.810 aberturas.
Desafios enfrentados
A Endeavor Brasil (uma organização global sem fins lucrativos presente no Brasil há 20 anos) listou os cinco maiores desafios enfrentados pelos empreendedores brasileiros. A gestão de pessoas e a gestão financeira foram apontadas como as grandes barreiras a serem vencidas pelos administradores dos próprios negócios.
A burocracia no processo de abertura das empresas e o valor dos impostos também foram lembrados como desafios, seguidos pela dificuldade em inovar e também de investir em marketing e vendas.
Empresas pelo Brasil
São Paulo é a maior cidade do país e também a melhor para se empreender, segundo análise do Sebrae e da Endeavor Brasil que considerou 55 indicadores de sete grupos: ambiente regulatório, acesso a capital, mercado, inovação, infraestrutura, capital humano e cultura empreendedora.
Depois da capital paulista, Florianópolis, em Santa Catarina, e Vitória, no Espírito Santo, foram as melhores colocadas na lista.
Burocracia Brasileira
Se já é possível ver um fim para a crise, ainda está muito distante de dizer o mesmo para a burocracia. O país é considerado um dos mais burocráticos. Apenas para abrir um negócio dura mais de 100 dias, enquanto em países mais desenvolvidos a média não passa de 5 dias.
De acordo com relatório do Banco Mundial (uma instituição financeira internacional que efetua empréstimos a países em desenvolvimento), que considerou 190 países, o Brasil está na 125ª posição. Isso é reflexo de um elevado número de licenças e procedimentos que precisam ser obedecidos, bem como de custos com alvarás e liberações específicas.
Características do brasileiro
Uma das principais características do brasileiro é a criatividade e ela deve ser usada na hora de iniciar um negócio. Sem criatividade, mesmo que haja abundância de recursos, será muito difícil dar início a um projeto, e mais complexo ainda fazê-lo sobreviver em longo prazo.
Mas criatividade não basta, é preciso ter ousadia para tirar os sonhos do papel e começar a gerar resultados na prática: a isso dá-se o nome de inovação. É indispensável que o empreendedor brasileiro seja cada vez mais inovador, capaz de colocar a “mão na massa”.
A realidade é que adversidades sempre vão existir, mesmo nos países mais desenvolvidos. Por isso, o foco não deve estar na crise ou na burocracia, mas em como esses obstáculos serão contornados para criar negócios prósperos, inovadores e longevos.
Período de crise
De acordo com Joseph Schumpeter (um economista e cientista político austríaco, considerado um dos mais importantes economistas da primeira metade do século XX, e foi um dos primeiros a considerar as inovações tecnológicas como motor do desenvolvimento capitalista), toda nação passa por um ciclo econômico composto por 4 principais etapas: boom, recessão, depressão e recuperação. Nos últimos anos, o Brasil passou por um dos mais longos períodos de depressão, mas hoje dá sinais de recuperação.
O período de crise foi significante para crivar os negócios que realmente têm propostas de valor aos clientes, bem como para despertar a criatividade dos empreendedores. Atualmente, é possível ver estabelecimentos com um viés colaborativo muito mais intenso, como: o aluguel de produtos, compartilhamento de meios de transporte e até de locais para trabalho.
Novas tendências de mercado
Muitas mudanças já são levadas a sério com tudo que vivemos nos últimos anos no nosso país. O crescimento de inovações tecnológicas é usado para melhorar o relacionamento com o cliente e para descobrir novas oportunidades de negócios para se diferenciar dos concorrentes.
Isso faz com que o profissional PJ ou autônomo tenha um leque maior para ofertar seus produtos e serviços pelo meio online e criar novos modelos de negócios de forma mais simplificada.
1. Trabalho remoto
Um estudo do coordenador do MBA em Marketing e Inteligência de Negócios Digitais da Fundação Getulio Vargas (FGV), André Miceli, mostra que o “home office”, o popular trabalho em casa, terá ainda um aumento de 30% após o período de distanciamento social.
Para enfrentar esse novo cenário que se desenha rapidamente, líderes de negócios precisam pensar, testar e aprender a usar cada vez mais a tecnologia a favor da empresa, pois é um ativo humano, aponta o professor.
“O ‘home office’ já se mostrou efetivo. Aliado a isso, você tira carros da rua, você desafoga o transporte público, você mobiliza a economia de outra forma. E você faz com que as pessoas tenham mais tempo para cuidar da saúde delas e que elas possam usufruir de coisas que lhes dão prazer. Sem que você tenha uma redução das entregas e do faturamento”, ressalta o professor da FGV.
Portanto, a comunicação, de acordo com ele, deve ser centralizada em canais específicos para que instruções claras sobre procedimentos continuem na rotina dos clientes, consumidores e colaboradores.
“A adoção de metodologias ágeis também permite uma resposta mais rápida aos novos desafios do dia a dia. O processo de análise, reorganização e tomada de decisão precisa acompanhar o ritmo das mudanças”, afirma Miceli.
2. Autogestão: interação e colaboração individual
A autogestão é uma cultura organizacional que se aplica a todos os tipos de negócios. Ela busca uma tomada de decisão distribuída para que haja melhor clareza nas responsabilidades e ao mesmo tempo fluidez na liderança.
No âmbito empresarial, PJ e autônomo, consiste em ter pessoas como mentores e parceiros que auxiliam neste processo, no qual suas opiniões ajudam na escolha do melhor caminho a ser seguido com o negócio. Cria-se assim, empresas mais humanas e que são guiadas por um propósito maior em ajudar as pessoas do outro lado, ou seja, seus clientes de forma integral sem deixar de lado a qualidade e a excelência das entregas.
Quais são os direitos dos trabalhadores autônomos?
Considerando que autônomos são aqueles que exercem seu trabalho por conta própria sem vínculo ou subordinação a uma empresa ou chefe, você que vai precisar correr atrás de seus próprios direitos e buscar estar em dia sempre com as suas obrigações.
Entre os principais direitos do trabalhador autônomo podemos destacar:
- aposentadoria por idade, por invalidez, por tempo de contribuição ou especial;
- auxílio-doença;
- salário-maternidade;
- pensão em caso de morte;
- auxílio-reclusão.
Vale lembrar que os direitos dos profissionais autônomos não envolvem 13º salário, férias remuneradas e nem o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).
Direitos de contratação PJ
Quando contratado como pessoa jurídica por uma empresa, o profissional perde todos os direitos trabalhistas e previdenciários que são assegurados pela Constituição: décimo terceiro, férias, aviso prévio, FGTS, seguro desemprego, entre outros benefícios como vale-transporte, plano de saúde, alimentação, previstos nas convenções e acordos coletivos da categoria.
Já profissional PJ, dono do seu próprio negócio, é essencial formular um contrato com a ajuda de um advogado para descrever as entregas de serviços ou produtos, e para alinhar todos os direitos sem que se prejudique caso o acordo seja cancelado. É preciso se proteger de algumas formas para que seu negócio não fique na mão.
A redação do contrato social é de extrema importância, uma vez que se trata do documento que irá reger a administração da empresa e será sempre a bússola que irá apontar os caminhos a serem adotados, especialmente na gestão interna. É o documento que estabelece os direitos e obrigações dos sócios para com a pessoa jurídica, devendo ser planejado antes do início das atividades.
Sendo tão importante, qualquer inadequação ou omissão pode prejudicar intensamente a atuação do negócio e, até mesmo, o relacionamento dos sócios