Plano de demissão na Caixa prepara terreno para privatização
Mais um plano de demissão voluntária foi anunciado nesta quinta-feira (22) pela Caixa Econômica Federal, como parte da política do governo Temer de desmonte deste importante banco social, como forma de preparar a sua privatização. A alegação é a de que o objetivo seria “aumentar a eficiência” da estatal. O Programa de Desligamento do Empregado (PDE) estará aberto para adesões desta sexta-feira até 5 de março e tem como meta a demissão de 2.964 funcionários.
O vice-presidente do Sindicato, Paulo Matileti, condenou a medida, caracterizando-a como mais um ataque ao patrimônio público visando beneficiar os bancos privados. “A cada dia o governo Temer acelera a adoção de medidas que visam o esvaziamento dos bancos públicos e outras estatais, com a nítida intenção de prepará-los para serem entregues ao capital privado”, comentou. Lembrou que esse plano terá um forte impacto social, jogando centenas de famílias no desemprego, além de gerar reflexos no atendimento ao público, fazendo os empregados que ficarão a trabalhar sobrecarregados.
Redução de benbefícios
Ao mesmo tempo em que a Caixa joga a isca para tentar seduzir os empregados a se desligarem da empresa, a direção do fundo de pensão dos empregados, a Funcef, numa atitude de oportunismo e profundo desrespeito aos seus participantes, promoveu uma mudança prejudicial para quem desejar aderir ao programa de demissão ou que venha a se aposentar a partir de agora. De maneira unilateral reduziu a meta atuarial da instituição, o que trará uma redução em média de 10% na complementação vitalícia dos participantes do fundo, que estejam vinculados ao REB (Plano de Benefícios definidos) ou ao Novo Plano.
Especialistas que a pedido da Fenae fizeram uma simulação sobre essa medida, concluíram que um participante contribuindo com R$ 1.000 por mês terá uma redução de 16% no valor de seu benefício no momento da aposentadoria, ou será obrigado a trabalhar por mais três anos para manter o valor original de seu benefício. Também de acordo com a simulação, ao longo de 30 anos de contribuição com a meta de 5,5%, o participante acumularia uma reserva de R$ 875 mil. Com essa mudança na chamada taxa de retorno, será possível alcançar apenas 750 mil. A simulação não leva em conta os efeitos da inflação no período.
“Apesar de ser uma decisão pessoal do trabalhador, é importante orientar sobre essas medidas que não foram citadas na CI emitida pela Caixa e tão pouco divulgadas pela direção da Funcef, junto aos participantes”, afirma Matileti.
Fonte: Sind. dos Bancários RJ