PRESIDENTE DO TST AFIRMA QUE REFORMA TRABALHISTA FOI UM EQUÍVOCO
Desde que a reforma trabalhista entrou em vigor, em novembro de 2017, foram gerados apenas 546.695 mil postos de trabalho. Porém, o argumento de que a “flexibilização” de direitos geraria novas vagas de emprego foi repetido com insistência pelo governo Temer e pela mídia convencional. Na época, o governo chegou a dizer que a nova lei abriria espaço para a geração de até seis milhões de empregos no país.
Passados dois anos da aprovação da lei, os números comprovam aquilo que o movimento sindical e muitos estudiosos já alertavam: flexibilização de direitos trabalhistas não se traduz na criação de novas vagas e apenas resulta na precarização do trabalho.
Isso porque, do total de empregos criados, 467 mil foram sem carteira assinada e apenas 81 mil com carteira assinada desde que a reforma trabalhista passou a valer, em novembro de 2017, até abril deste ano. Os dados são da Pnad Contínua. Além disso, uma parte dos empregos com carteira assinada criados (76 mil) foi sob o regime intermitente, novo tipo de contrato com menos garantias e direitos previstos na lei atual.
Na quarta-feira, 3, em entrevista à BBC, o presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), ministro João Batista Brito Pereira, reforçou o coro dos descontentes ao afirmar que foi um equívoco o discurso de que a reforma trabalhista seria capaz de gerar empregos.
“Foi um equívoco alguém um dia dizer que essa lei ia criar empregos. Foi um equívoco. Sabidamente ela não consegue criar empregos”, afirmou o presidente da mais alta corte trabalhista. É o desenvolvimento da economia, segundo ele, que pode estimular a criação de novas vagas.
Desde o anúncio da reforma pelo governo Temer, o Sindicato realizou diversos atos, paralisações e participou de manifestações, incluindo greves gerais, para conscientizar a sociedade sobre os riscos da proposta.
Hoje o desemprego atinge 13 milhões de brasileiros, uma taxa de 12,3% de março a maio deste ano, segundo o IBGE. Foi em 2016 que essa taxa superou os 10%. Antes disso, não havia chegado a dois dígitos, segundo a série histórica da Pnad Contínua que começou em 2012.
Reforma da Previdência
Agora, o governo Bolsonaro tenta aprovar uma reforma da Previdência extremamente prejudicial para os trabalhadores. O argumento utilizado é o mesmo: só a reforma será capaz de gerar empregos e movimentar a economia do Brasil.
O Sindicato segue em luta para combater este falso discurso e defender as aposentadorias e os direitos conquistados pelo povo brasileiro.
Fonte: Sindicato dos Bancários de BH e Região com SP Bancários