Previdência privada: quais os problemas comuns
A aposentadoria privada é uma opção atraente para quem não tem conhecimento sobre aplicações financeiras, mas também tem suas desvantagens. Conheça os riscos e previna-se contra imprevistos.
A previdência privada é um tipo de investimento de longo prazo, que é feito através de seguradoras e bancos. Geralmente, é considerado como uma opção complementar à previdência social. O primeiro ponto importante sobre este investimento é compreender que, ao contratar uma aposentadoria privada, em realidade, se está contratando um gestor que irá cuidar do investimento do seu dinheiro.
Por isso, acaba sendo uma opção atraente para quem não tem conhecimento sobre aplicações financeiras. No entanto, os planos tem suas desvantagens e podem trazer prejuízos consideráveis para quem não toma as devidas precauções e se informa devidamente antes de comprar um plano. Confira quais são os problemas mais comuns.
Cuidado com as simulações
Para estimular a venda dos planos, é comum que as seguradoras apresentem simulações de rentabilidade que saltam aos olhos. Obviamente, a simulação não oferece nenhuma garantia. Mas este não é o único problema.
Geralmente, essas simulações usam a chamada rentabilidade passada para projetar os valores que você teoricamente resgataria. Não consideram, por exemplo, a inflação e incluem taxas de juros impossíveis de serem alcançadas na prática. Isso acaba gerando uma expectativa irreal no consumidor.
As taxas do plano de previdência
São várias taxas cobradas dentro do plano, tais como taxa de carregamento, taxas administrativas e taxa de saída, que cobrem custos dos serviços prestados pela empresa que administra a aplicação. Estes detalhes costumam passar desapercebidos ao comprar um plano, mas fazem uma grande diferença no cálculo final da sua aposentadoria.
A recomendação é atenção redobrada, porque podem haver casos em que o valor total descontado pelas taxas se sobrepõe à rentabilidade. Ou seja, é literalmente pagar para perder dinheiro. Por isso, antes de assinar um contrato, atente-se a todas as cláusulas, procure orientação de um advogado especialista e conheça a fundo todos regulamentos para não se arrepender depois.
Opção de baixa liquidez
A maioria dos planos estabelece prazos de carência bem amplos, cobrando penalidades altas para quem sacar parte ou totalidade do valor investido antes da data estabelecida. Por exemplo, supomos que você tenha uma previdência privada para 10 anos. No entanto, surge um imprevisto e você precisa sacar parte do dinheiro investido. Isso pode significar um verdadeiro prejuízo, considerando que o imposto de renda cobrado nestes casos pode chegar a 35%. Além da taxa de saída, cobrada por alguns planos.
Por isso, o mais indicado é considerar a aposentadoria privada como um investimento de longo prazo e nunca tê-la como opção para casos emergenciais.
Riscos da previdência privada
Para aplicações em poupança, Certificado de Depósito Bancário (CDB) ou Letras de Crédito Imobiliário (LCI), existem algumas garantias. Uma delas é o Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que funciona como um mecanismo de proteção ao investidor caso a instituição bancária venha a falir, por exemplo.
No caso da aposentadoria privada, esta proteção não existe. Se a seguradora “quebra”, não existe nenhuma garantia de que você possa recuperar o seu dinheiro e a decisão fica a critério da Justiça.
Como se prevenir?
As grandes armadilhas de algumas seguradoras e bancos estão na falta de transparência sobre os detalhes no contrato, com o propósito de criar expectativas distorcidas. O consumidor deve estar ciente de que os planos de previdência são produtos complexos. É necessário ter algum conhecimento de matemática financeira para ter noções reais sobre a rentabilidade do seu dinheiro e, por exemplo, poder argumentar e exigir seus direitos.
Antes de contratar um plano, pesquise bem as opções do mercado e analise qual é a melhor para o seu caso. Você também pode contar com a Superintendência de Seguros Privados (Susep), uma instituição que controla e fiscaliza o mercado de seguros e previdência. Lá, você encontra informações sobre as seguradoras e verifica se o plano está cadastrado junto à Susep.
Fonte: Mundo dos advogados